segunda-feira, 23 de outubro de 2017

CUIDADOS QUE DEVEMOS TOMAR AO REALIZAR ATIVIDADES EM TRILHAS


Realizar uma atividade em ambiente externo inclui uma série de adversidades que não conseguimos controlar, além disso imprevistos podem ocorrer com qualquer um e em qualquer lugar. Para evitar alguns erros e estar preparado para essas adversidades, listamos 10 cuidados simples que poderão ajudá-lo a realizar uma trilha mais segura e agradável.

1) Informe-se sobre as características do local da trilha para identificação do vestuário e equipamentos adequados. Consulte a temperatura mas lembre-se que mudanças inesperadas do clima podem ocorrer e é bom estar preparado para chuva e vento tendo um casaco impermeável e uma roupa quente o suficiente. E para os acessórios, informe-se com guias, agências ou com quem já tem experiência e conhece o lugar.
2) Informe-se sobre as características da trilha para preparação física se necessário: duração estimada, distância, altitude e elevação.
3) Não use uma bota nova para fazer trilha para evitar machucados na sua principal ferramenta: os seus pés. Use sua bota para amaciá-la levando o cachorro para passear, num passeio de final de semana, menos numa trilha.
4) Não leve peso em excesso e evite a fatiga! Escolha de forma consciente o que de fato é necessário e se possível, considere as alternativas mais leves.
5) Sempre leve o mapa da região ou GPS para conseguir localizar-se e seguir o trajeto da trilha corretamente.




6) Sempre leve água potável e lanches para manter-se hidratado e com energia pois esta é uma atividade física.
7) Sempre leve um kit de primeiros socorros com medicamentos que já esteja acostumado e materiais para realizar curativos. 
8) Sempre leve uma lanterna  e baterias extras, pois imprevistos podem acontecer e caso anoiteça, terá visibilidade ao seu redor.
9) Informe seus parentes e/ou amigos aonde você vai e qual será a previsão de retorno.
10) Prepare e desenvolva seu espírito de aventura! Fazer trilhas além de ser um estilo de vida saudável, traz muitas experiências e aprendizados que você carregará para vida.
site :www.Trilheiros.net 
E por último, saiba escolher seu grupo de confiança, cujo papel do guia é fundamental para sucesso da trilha, onde retornar em segurança é imprescindível.
GUIA MARCO RIBEIRO DA NATIVO ECOTURISMO, NA TRAVESSIA ITATIAIA X LAVRAS NOVAS

terça-feira, 17 de outubro de 2017

TRILHA SEM SUCESSO...



Este relato não tem como intenção difamar ou prejudicar qualquer que seja, mas sim alertar quanto a atitudes impensadas em trilhas que podem levar a consequências dramáticas e irreversíveis.
No último dia 12/10 parti com um grupo de 15 pessoas, até então de minha confiança, já tinha trilhado várias vezes com este grupo e gostava de como se comportavam. Trata-se de um grupo que tem como característica uma caminhada de ritmo forte e contínuo, e essa era minha proposta até então, devido aos meu treinos constantes para minha expedição ao Monte Roraima em Janeiro/2018.
Bem, o destino era a Serra do Cipó, mais especificamente saída de Duas Pontes, passando pelo Vale do Travessão e finalizando em Cabeça de Boi, totalizando 25km.


O dia estava lindo, sem nuvens e o calor prometia castigar. Seria uma caminhada de mais ou menos 8 h se o ritmo fosse bem puxado.
Saímos bem cedo de BH rumo à Serra do Cipó e já no caminho ainda na Van, pude sentir um certo estresse do guia em relação ao horário e ritmo na trilha, avisando que não iríamos parar para nada por causa do horário.
Chegando na Serra do cipó se negou a parar para ir ao banheiro a pedido de uma moça, mas pela insistência dela, teve de ceder, sempre apressado.
No início da trilha começamos num ritmo que estávamos quase em trote e olha q já tinha caminhado várias vezes com eles, mas senti desde o início que estava atípico.
A caminhada decorreu bem e sempre acompanhando o grupo, na medida do possível, pois sequer dava para parar e tirar fotos ou contemplar as belezas do lugar. Se parasse teria de correr para acompanhar, aquilo já foi me estressando pela correria atípica.
Já no Vale do Travessão paramos para lanches, fotos e descanso. Foram poucos minutos, em torno de 15 min no máximo. O Vale do Travessão se destaca pela beleza única. Um Vale com formato de um Cânion que chega a hipnotizar pela beleza.
Passados os 15 min, o guia já foi apressando para continuarmos. Até o travessao foram em torno de 9 km.
Após o Travessão teríamos uma subida de montanha em torno de 4 km. Uma subida forte e depois subida leve de uns 2 km, com descidas e planos.
Já iniciando a subida me deparei com uma visão linda das pessoas subindo, e peguei meu celular para registrar. Eu já subindo no meu ritmo, o guia se irritou e gritou do alto dizendo que assim não teria como eu continuar e me ordenou a voltar do Travessão.
Fiquei estática diante tanta grosseria e falta de paciência. Me senti humilhada e ofendida. Jamais sou de desistir de uma trilha. Vou ao meu limite, mas desistir jamais. Já tinha subido morros e montanhas ainda maiores e aquela para mim era só mais uma. Só lembrando, desde que comecei com o trekking há 3 anos, fiz inúmeras trilhas como pico da Bandeira, pico das Agulhas Negras, Lapinha-tabuleiro, Altamira-serra dos Alves, pico de Catas Altas, BH a Nova Lima, várias na Serra da moeda, Rola Moça e Retiro das pedras e Serra do Cipó , iatatia-lavras Novas, caminhada da inconfidência, várias corridas de montanha inclusive na Patagônia, não sendo tão inexperiente assim.
Fui subindo no meu ritmo, mas com certeza não ficaria distante do grupo. Resolvi acatar as ordens dele!
Foi neste momento que virei as costas e comecei a descer a montanha. Numa atitude impensada, que hoje também me arrependo, fiquei extremamente só. A ficha foi caindo e quando me virei, não vi mais ninguém. Fiquei mais estática ainda. Onde estava o grupo? Como o guia poderia seguir sem mim?
O que faria agora?
Como voltar sozinha dali?
Comecei a rodar numa matinha próxima do Travessão e não conseguia achar a trilha. Comecei a desesperar com aquilo.
Pensei em sair correndo montanha à cima atrás do grupo, mas isso não seria mais possível.
A cada trilha errada que pegava o meu desespero aumentava.
Comecei a pensar em coisas ruins e nos perigos que estaria correndo ali sozinha. Não estava a 2km do início da trilha e sim 9km. O meu desespero começou a piorar quando lembrava do caminho de retorno, da matinha de samambaias que teria de passar sozinha....Não ia conseguir. Teria de seguir outro caminho, mas como chegar sozinha???
E se machucar com alguma queda?
Se alguma cobra aparecesse?
Se alguma pessoa de má índole aparecesse?
Se desmaiasse por causa do calor intenso?
Se entrasse em pânico total ali?
E se minha água acabasse?
E se não conseguisse achar e a noite chegar ???
Comecei estão a rezar para me acalmar e pedir a Deus para me guiar. Pensava nos meus filhos, mãe, família e nessa hora tive forças para continuar e não ficar ali parada.
Molhei a bandana do meu pescoço, enrolei-a na cabeça para esfriar. Estava muito quente!
Eu ia e vinha pelas trilhas, errando toda hora, não sei se era pelo desespero, mas pensando que eu tinha de conseguir.
Comecei então a pensar que ali era um lugar procurado e muitos grupos passavam por lá e quem sabe eu teria a sorte de ser salva por algum grupo.
Comecei a pedir a Deus que mandassem pessoas de bem no meu caminho. Eu chorava e falava sozinha o tempo todo. Comecei então a fazer pequenos vídeos na intenção de se desmaiasse e alguém pegasse meu celular saberia o que tinha acontecido. Enfim, comecei a pensar em morte. Foi a sensação mais terrível que senti em minha vida. Um total abandono, um desespero que parecia sem fim!
Passado algum tempo andando, nem sei dizer o quanto, mas que para mim parecia uma eternidade, me dirigi para o alto e vi uma pessoa. Um rapaz com blusa de corrida e ambos ficamos estáticos. Quem seria ele? Seria alguém do bem?
Logo atrás apareceram três moças.
Foi quando pensei: obrigada meu Deus, estou salva!!!
O rapaz chamado de Alex Poxa, perguntou se eu estava trilhando sozinha. Contei chorando a eles o que havia acontecido e eles numa atitude de humanidade me chamou para seguir com eles. Estavam indo em direção ao Travessão e depois para uma cachoeira próxima. Lógico não me opus e voltei com eles para o Travessão. Fui me acalmando, mas minha revolta não passava. E assim seguiu nossa trilha: Travessão, cachoeira e depois para o início da trilha em Duas Pontes. Durante todo percurso pensava como Deus foi bom comigo. Esteve ao meu lado todo instante e a cada km eu tinha certeza que não conseguiria voltar sozinha.
Durante o caminho me questionava: como vou voltar para BH?
Teria de ficar na rodovia sozinha para pegar um ônibus local, como propôs o guia do grupo? Como assim? Nem dinheiro suficiente tinha para isso, pois jamais iria cogitar tal hipótese. Paguei por um serviço de guia, transporte e jantar pós trilha e me deparei com um guia que sequer teve a sensatez de pensar dos perigos que correria sozinha.
Voltar como???
Pois bem, mais uma vez o grupo de amigos, Alex, Ceiliane, Dani e Leandra eram de BH e me ofereceram carona até lá. Estavam de carro. Como não aceitar?
Passamos na Serra do Cipó para comermos algum a coisa e seguir a BH. Já eram 18 h quando acabamos a trilha e o Sol já se punha.
Em destino a BH me lembrei que meu carro estava estacionado no local onde peguei a Van e minhas chaves se encontravam na mesma. Consegui conversar com um amigo que trouxe a chave reserva e só assim consegui pegar meu carro, causando mais este transtorno.
Cheguei em casa muito abalada e chorando muito. Nunca me senti tão abandonada e agredida.
Não conseguia aceitar tal abandono.
Pensava o tempo todo que tudo poderia ter dado errado e eu estaria perdida até aquela hora. Cheguei em casa as 22:30 h.
Aí você pergunta: alguém do grupo de caminhada teria ligado para saber se estava viva, ou teria chegado em segurança?
Ninguém!!!!
Isso mesmo!!! Ninguém preocupou em saber se estava viva, mas postagens no face sobre a trilha já tinham sido postadas pelo tal guia. Ainda de dia, num tempo recorde e já jantando felizes em um restaurante.
Como pode? Até hoje não entendo!
No outro dia, o responsável pelo grupo me liga às 10h da manhã perguntando se estava bem.
Como assim bem????
Não estava morta, mas muito abalada pelo ocorrido.
Pedi que levasse minha chave do carro e documentos que ficaram na Van que sequer tinham percebido.
Bem, o responsável foi à minha casa e conversamos bastante e num desabafo contei todo no ocorrido.
Nesta conversa me confessou q o tal guia talvez estivesse pressionado em chegar rápido pois na última que fizeram neste percurso chegaram às 22h da noite por isso a pressa, chegando com quase 1:30 h antes do previsto. Isso me indignou mais ainda, pois poderiam ter me esperado com certeza que ainda conseguiríamos chegar na hora prevista. Revoltante!
Foi pedido desculpas apenas e me assumiu o erro do guia e que não ia acontecer mais.
Acontecer mais????
Com certeza comigo não, pois jamais seguirei trilha com este grupo.
Recebi apoio muitos trilheiros conceituados que foram solidários com minha história.
Passei a semana toda pensando no assunto e sem citar nomes, venho deixar meu relato, para alertar as pessoas que gostam de fazer trilhas.
Jamais saiam com grupos que não tenham confiança.
Sempre vá com pessoas conhecidas em grupos de trilhas. Eu não conhecia ninguém deste grupo e me questionei se tivesse um amigo lá , não me deixaria pra trás.
Como as pessoas daquele grupo não questionaram ter ficado sozinha????
Trilhar é um prazer e deve ser realizado com calma, respeitando o limite das pessoas.
O guia jamais deve se estressar. Ele é responsável pelo grupo e cabe a ele levar e trazer as pessoas em segurança. A calma deve estar em primeiro lugar, não IGNORANDO OS PERIGOS SUJEITOS EM UMA TRILHA, ainda mais estando a pessoa sozinha. Só lembrando que estavam em 3 guias de apoio e não um.
Disso tudo tiro muitos aprendizados.

Depois do que passei, jamais seguirei sozinha em uma trilha.
Quanto ao guia, que tenha aprendido que chegar rápido em uma caminhada, não pode ser mais importante que a segurança de uma vida humana.
Não fiquei com traumas e vou continuar a trilhar pois, é uma atividade que amo.


A estes anjos que Deus me enviou num momento de tanto desespero, nem sei como agradecer.
Minha vida devo a eles.
Ao grupo de caminhada só tenho a dizer que jamais façam isso com mais ninguém.
Não ignorem a facilidade da TRILHA. O que parece fácil pode tornar um drama sem fim para uma.pessoa inexperiente e sozinha e olha, que pensava ser experiente e agora vejo como somos frágeis estando só.
Que Deus abençoe todos os guias trilheiros. Que saibam como agir corretamente em situações difíceis e diversas que por ventura venham a ocorrer com seus clientes amigos trilheiros.
Fiquem com Deus.

domingo, 8 de outubro de 2017

TRAVESSIA ITATIAIA X LAVRAS NOVAS

No sábado do dia 30/09/2017, nosso grupo composto de 19 pessoas partiu para uma grande desafio, que foi realizar a Travessia Itatiaia à cidade de Lavras Novas, passando pela Chapada.
O dia amanheceu nublado, mas o tempo não desanimou nossos trilheiros, que estavam ansiosos e devidamente preparados para nossa  caminhada.
DIANTE DE TANTA QUEIMADA, A NATUREZA RESSURGE E REAGE À AGRESSÃO 

Nosso destino inicial foi a pequena cidade de Itatiaia, um pequeno vilarejo pertencente à cidade de Ouro Branco, localizado a 15 min de Ouro Branco. Lugar simples e acolhedor, que encanta pelo sossego e um belo pôr do Sol.
Neste dia, a previsão do tempo não estava muito favorável, muito nublado e uma chuva abençoada prometia nos acompanhar por toda travessia.
Nossos trilheiros do dia, Marcos (NATIVO ECO TURISMO ), Wenderson, Andreia, Andrea, Thaís, Fred, Jo, Sophia, Dilcilene, Giva, Raquel, Marília, Vanilda, Fernanda, Ayra, Ana Virgínia, Everton e nosso mascote (cão) apelidado carinhosamente de Francisco, seguimos pela trilha...



Seguindo em direção à Serra de Itatiaia, nos deparamos com um cenário triste. A dez dias atrás um incêndio de grandes proporções tomou conta da Chapada, transformando o cenário de mata verde em cinzas e galhos pretos. Aquele cenário nos trouxe um mal estar de presenciarmos tão de perto a destruição aparente da natureza. Quantos animais ali presentes poderiam, ou mesmo morreram tentando escapar das chamas altas e quentes.

TUDO QUEIMADO. MUITO TRISTE MESMO


Mas para a nossa  alegria, imagens como estas, nos mostraram que a natureza é mais forte que qualquer estrago da mão humana. assim que avançávamos, podíamos notar já o capim ressurgindo e flores já dando ares de vida nova. Uma paisagem de emocionar.


















APELIDADO CARINHOSAMENTE PELA NOSSA EQUIPE DE FRANCISCO, ESTE CÃO DA REGIÃO NOS SEGUIU ATE LAVRAS NOVAS, ENFRENTANDO TODA A DIFICULDADE QUE A TRILHA APRESENTAVA PARA ELE.
ATRAVESSOU A CACHOEIRA E SUBIU BARRANCOS A PRINCIPIO DIFICEIS PARA ELE, MAS EM MOMENTO ALGUM DESISTIU. ONDE ESTARÁ FRANCISCO AGORA?



NOSSOS PERCURO SEGUIU POR 1 KM APENAS PELA RODOVIA QUE LIGA OURO PRETO A A OURO BRANCO
AÍ FRANCISCO COM JO






SIMBÓLO DA ESTRADA REAL PELO NOSSO CAMINHO





JÁ NO MUNICÍPIO DE CHAPADA, A 7 KM DE LAVRAS NOVAS, A CHUVA INSISTIA EM CONTINUAR E NÓS MAIS AINDA EM CHEGAR EM LAVRAS NOVAS, DESISTIR JAMAIS!



ASSIM AS AMIZADES VÃO SE FORTALECENDO

























NA TRILHA CERTA PRESENTE 









MUITAS DIFICULDADES FORAM SURGINDO À MEDIDA QUE CHEGÁVAMOS À CACHOEIRA




TERRENOS EM DESNÍVEL NOS OBRIGOU A USAR CORDAS PARA UMA DESCIDA MAIS
 SEGURA
























 DEPOIS DE CHAPADA, UMA TRILHA ÍNGREME DE 7KM ATE LAVRAS NOVAS. O VISUAL EM NADA FOI PREJUDICADO PELA CHUVA QUE NÃO TRÉGUA.


O TIME DA VEZ NÃO PODIA FALTAR...RS

 EM LAVRAS NOVAS, O DIA JÁ SE DESPEDIA, E O CHARME DA CIDADE PEDIA PRA FICAR, MAS UMA PARTE DO GRUPO JA COMEÇAVA SUA JORNADA DE RETORNO A BH.
IGREJA NOSSA SENHORA DOS PRAZERES E NOSSO MASCOTE FRANCISCO. FIM DE TRILHA.



NOSSO PERCURSO ACIMA.


A DIVERSÃO CONTINUOU PARA AQUELES QUE RESOLVERAM CURTIR LAVRAS NOVAS E O DIA LINDO DE SOL NO OUTRO DIA. PARABÉNS GALERA DO BEM!










VALEU DEMAIS A COMPANHIA DESSA TURMA MAIS QUE TOP.
QUE VENHAM MUITAS OUTRAS TRILHAS.
NA TRILHA CERTA SEMPRE CURTINDO O QUE É BOM E COMPARTILHANDO NOVAS AMIZADES.

ATÉ A PRÓXIMA AVENTURA!!!