sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Os encantos de Fechados/Serra do Cipó



Neste último dia 26 de Janeiro Na trilha Certa, com organização do grupo Bicho Homem Eco Adventures, partiu para mais uma aventura de dois dias para a região de Fechados na Serra do Cipó.



Fechados fica a 152 km de Belo Horizonte, sendo um distrito de Pirapama, parte do Espinhaço. 
Seu acesso se faz pelo asfalto, mais 40 km de estrada de terra.
Uma região de rara beleza e de acesso difícil, cercado de serras, cachoeiras e cânions. Um lugar rústico e preservado pelos poucos habitantes que por ali fixaram residências, seja em fazendas mais estruturadas de subsistência, seja, em pequenas casas, levando sempre uma vida ligada à simplicidade, natureza e à preservação ambiental.







Nosso grupo formado por 23 pessoas, partiu de Belo Horizonte por volta das duas horas da manhã em direção à Sete Lagoas com destino final o Distrito de Fechados.

Nossa aventura teve a duração de dois dias (sábado e domingo) com pouso na casa do Sr Valtinho e Sra Mirtes, moradores antigos na região e que com muito esforço de anos e tradição familiar, conseguem hoje com muito conforto e carinho acolher os grupos de trekking que por ventura agendam a estadia com almoço, jantar e café da manhã. Tudo preparado com muito capricho e dedicação. Voltamos a falar deles mais adiante.


 Viajamos a noite toda e chegamos a Fechados por volta das 7 h da manhã para nossa primeira refeição do dia. Um delicioso café da manhã foi oferecido na casa de Dona Deca e Sr Zé, moradores da região. Logo iniciamos nossa trilha propriamente dita.
O grupo estava bem ansioso para contemplar as belezas da região. 
Todo acesso só é possível fazer através de caminhada ou de mulas, sendo esta muito utilizada pelas moradores da região. Todo e qualquer material, seja, eletrodomésticos, construção, mobiliário, e mesmo alimentos são levados aos moradores pelas mulas, que já são devidamente preparadas e acostumadas a fazer com tranquilidade o percurso.








 Começamos nossa trilha por volta das 9 h. O dia estava quente, típico de verão, mas como a região é muito arborizada, o clima fica mais agradável e suportável. O caminho é praticamente de subidas com pedras e classificada de fácil para experientes a moderada para iniciantes, sendo sempre muito subjetiva esta classificação.
A casa do Sr Valtinho fica a 7 km de caminhada, mas ao longo do percurso teríamos algumas paradas nas cachoeiras do caminho.
Nossa primeira parada foi na cachoeira Horizonte. Já de primeira, nos encantamos com a beleza das quedas e poços que formam ao redor. Ficamos por ali aproveitando e desfrutando do lugar e suas águas por uma hora e meia. A intenção de dois dias é justamente podermos contemplar e curtir o máximo as belezas da região.



















 


Seguindo nosso trajeto, chegamos à nossa segunda atração: a Cachoeira do Cobu ou (ofurô).
Mais um paraíso do Fechados. Um diferencial deste lugar são os buracos ao longo da cachoeira, formando ofurôs que dão um charme especial naquele lugar. Tudo muito mágico e encantador. Um lugar para ficar apreciando por horas.















Depois de algum tempo por lá, seguimos finalmente para a casa do SR Valtinho.
Pelo percurso passávamos por fazendas, bois, serras, cavalos, riachos e podíamos analisar e apreciar toda uma vida de uma comunidade que por escolha ou não, eram privilegiadas por terem um paraíso inserido no seu cotidiano.
Por volta das 15:30 horas, chegamos na propriedade do Sr. Valtinho e família. 




Uma propriedade aconchegante, charmosa e rodeada de árvores frutíferas, bois, galinhas, perus, pássaros, cavalos e tudo o mais que podíamos esperar de uma fazenda.
















Fomos recepcionados com muito carinho pelo casal e filhos e logo encaminhados para nossos aposentos, que de passagem todos muito bem organizados e que espelhava o cuidado e carinho em deixar todos muito bem amparados e acomodados.












Frank, Mirtes e Valtinho



Já na cozinha Dona Mirtes finalizava nosso almoço e logo fomos chamados para desfrutar de suas delícias.
Que almoço DELICIOSO! Esta foi uma avaliação unânime de todo grupo. Jamais vou esquecer de tamanha gostosura. Queria aqui relatar cada prato, mas vamos ficar na imaginação. 


Na sequência, uma mesa com mais de 10 qualidades de doces complementou nosso almoço. Queria eu ter dois estômagos neste momento.
Após almoço, tivemos um momento livre pela fazenda, banho e um descanso merecido.
Às 8 horas a chamada para o jantar. Depois de uns momentos de prosa na varanda, todos se recolheram para finalmente dormir, pois no dia seguinte muitas cachoeiras nos esperavam.
Acordamos por volta das 7 h e já fomos nos preparando para aquele caprichado café da manhã. Neste dia duas de nossas caminhantes faziam aniversário e já aproveitamos para um caloroso parabéns.

Como já esperado, o café estava divino. Bolos, queijos, biscoitos variados, broas, leite puríssimo, chás e um pão de queijo dos “Deuses”.














Após o café, um “roça tur” pela propriedade do Sr Valtinho. Atrás de sua casa um verdadeiro pomar das mais variados frutos abastecia a mesa da família: goiaba, maçã, laranja, jabuticaba, banana, mamão, acerola, limão, milho, ervas medicinais, feijão... eram tantas...
Ainda no meio deste pomar, uma joia da história, um moinho movido a água, era ainda utilizado para a fabricação do fubá e farinhas.

O Sr. Valtinho nos deu uma aula de como tudo era funcional e isso vem acontecendo desde 1942 na época de seus avós.
Nos mostrou ainda um tanque de peixes que era alimentado pelos farelos de milho, completando sua cultura de subsistência da fazenda.
Pudemos assim entender como aquela família, morando em lugar de tão difícil acesso conseguia sem mesmo sair dali, terem tudo que uma vida saudável e simples podia oferecer.
Ficamos muito encantados com a rotina da fazenda. Os filhos ajudavam em todas as tarefas, inclusive na fabricação dos deliciosos queijos. Estes são vendidos aos caminhantes e claro, não resisti.

Após toda esta programação da manhã, nos despedimos desta família maravilhosa e seguimos para nossas atrações do segundo dia.











































Seguimos por volta das 9 h da manhã em direção à cachoeira da Pedra Branca. A princípio parecia apenas mais um lugar lindo, mas chegando mais a frente, nos deparamos com um enorme Cânion com várias quedas e um enorme poço ao fundo. Não resistimos e começamos a escalar as pedras e descer no fundo deste cânion até o grande poço.
Um lugar belíssimo!!! Toda a rocha apresentava uma cor bem branca, talvez por isso o seu nome. Ficamos no grande poço por mais de uma hora. 
já de volta à parte de cima, seguimos para nossa quarta e última atração, a cachoeira dos Cânions. 
Várias quedinhas iam formando aquele cenário mágico e um grande Cânion com quedas e fantástico para fotos incríveis.
O grupo pôde com calma desfrutar de banhos de cachoeira e muitos momentos de descontração.





























Lá pelas 14 h, iniciamos finalmente nossa  caminhada ao ponto de partida.
A trilha de retorno é basicamente de descida, ficando bem mais fácil este retorno.


Finalizando, passamos novamente na casa de Dona Deca e Sr Zé para almoço e trocas de roupas. 
Todos satisfeitos e ainda impressionados com nossa aventura, seguimos em direção a Belo Horizonte, em segurança.
Frank Martins

Foi realmente uma aventura incrível, onde pudemos não só apreciar as belezas de um paraíso escondido, como o costume e uma comunidade que nasceu naquele lugar e nunca saíram ou desconhecem outro lugar do mundo. 
Uma parte do Cipó que muitos desconhecem, até mesmo sua existência. 
Uma organização impecável de Frank Martins  e Gisele da Bicho Homem Eco Adventures, que sempre muito atencioso a todos os detalhes conduziu muito bem todos o grupo com segurança. 
Gisele

Às minhas companheiras Na trilha Certa que superaram e enfrentaram uma experiencia diferente de participar de uma trilha de dois dias e confiaram na minha indicação para esta aventura.

 

À família do Sr Valtinho, Mirtes e filhos pela recepção em sua casa tão carinhosa e impecável com todo o grupo.
Ao grupo pelo bom entrosamento e que soube respeitar o tempo e nível de cada integrante

Na certeza que Fechados ainda não foi totalmente explorado, sentimos que dois dias foi pouco e uma nova oportunidade ainda há de aparecer para retornarmos a este paraíso do Cipó.



 ATÉ A PRÓXIMA AVENTURA!!!









7 comentários:

  1. Lindo o relato! Realmente, Frechados ficará na memória! Lugar maravilhoso!!

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  2. Muito bom o relato. Fechados é tudo isso. Amei.

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  3. Que bom ter gostado. Tentei relatar um pouco de momentos inesquecíveis. Abraços.

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  4. Sophia, já se estão completando três meses e até hoje não foram colocados os créditos das fotos como você havia prometido no grupo do WhatsApp em 02/02/19. Espero que cumpra com o prometido.

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    1. Boa Noite, poderia me passar seu nome e me mandar um zap por favor? Acho que lembro das fotos. Ainda posso fazer isso.

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  5. Local de retornar sempre, enquanto estiver aguentando andar irei lá sempre, no futuro que não estiver aguentando vou de Mula. Leandrão

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