Em 2017 foi minha primeira vez ao Vale do Travessão.
No mesmo ano, estaria eu voltando ao Travessão em uma travessia onde um episódio muito desagradável teria ocorrido com o grupo que me conduzia na época ( Tudo relatado na “Trilha sem sucesso” de outubro 2017).
Bem, o fato é que marcou para sempre e esta história ainda será contada muitas vezes. Sinto hoje uma necessidade de retornar neste cenário fantástico que faz parte da Serra do Cipó/MG.
Mais uma vez junto à Ecopix trekking seguimos para nossa primeira trilha Hikking de 2022.
Saímos às 6:30 h de Belo Horizonte em direção à Santana do Riacho na Serra do Cipó, cerca de 80 km da capital.
O dia estava ensolarado e prometia ser incrível.
Seguindo após a Vila da Serra do Cipó, seguimos por 15 km pela MG-10 até a portaria da Reserva Particular do Patrimônio Natural Alto Palácio, que foi a primeira infraestrutura edificada do Parque Nacional da Serra do Cipó e onde seria nosso início de trilha até o Travessão.
Vale ressaltar que o Travessão é um divisor das bacias dos rios São Francisco (oeste) e Doce (Leste) dentro dos limites do Parque Nacional.
Iniciamos a trilha por volta das 9h, seguindo para nosso primeiro mirante a cerca de 6 km mais ou menos.
Uma biodiversidade de flora e fauna que demonstra a riqueza da Serra do Cipó.
Após umas 3h de caminhada chegamos finalmente ao Travessão.
Localizado a 1050 metros de altitude, é encantada a formação de serra que se formou com um Cânion ao meio.
Ficamos ali por uma hora mais ou menos contemplando o local e tirando muitas fotos.
O Sol já estava bem quente e agora o melhor a fazer seria ir a caminho da próxima atração: a Cachoeira dos Espelhos .Não muito grande mas possível de ir nadando até suas quedas.
No caminho nos deparamos com uma grande rocha com pinturas rupestres provavelmente de humanóides da pré-história que um dia habitaram a região. Aparentemente figuras de veados, outras de tamanduá, talvez…o certo é que estão ali conservadas, são reais e nos mostram vestígios de um passado vivo. Iniciamos a subida bem íngreme até a cachoeira de águas amareladas e bem cristalina. Geralmente a cor escura se deve à presença de compostos húmicos resultantes da decomposição incompleta da matéria orgânica oriunda da vegetação terrestre e afloramentos rochosos de quartzito ricos em sílica.
Fonte: www.biosferanet.com.br
A cachoeira é um show à parte. Foi muito contemplador ficar alguns minutos em suas águas refrescantes. Fazia muito calor.
Agora nosso destino seria o caminho até Duas Pontes, marcado de aclives leves, onde nossa van estaria nos esperando.
No caminho, vários trechos de águas e uma floresta de samambaias é bem marcada pelo caminho.
Inicia-se um caminho mais plano e longo até o final.
Ao longe o Sol já dava se punha tornando o cenário ainda mais lindo.
O percurso total foi de 20 km.
Todos chegamos bem, porém muito cansados devido ao calor que castigou a todo tempo.
Quero aqui relatar que muitas vezes as pessoas me perguntam como consigo retornar a um local marcado por momentos de angústia e respondo que aquilo passou. Tudo foi ressignificado e estar ali depois de quatro anos foi muito gratificante e contemplador.
Agradeço a todos os colegas que participaram desta aventura e em especial a Roger Pixixo da Ecopix Trekking que organiza com tanta perfeição cada detalhe para encantar e levar aos trilheiros a felicidade daqueles que ali a procuram.
Momentos assim nos engrandece como pessoa, valoriza nossa alma e nos torna com certeza pessoas melhores.
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