Nossa saída de Belo Horizonte-MG em direção a Barão de Guaicuí-MG ( 283 km) se deu às 1:30 h do dia 10/10 com retorno dia 12/10. Seriam três dias de muita natureza, rios, serras, boas companhias, conversas e muitas surpresas.
Chegamos em Barão de Guaicui às 6:30h da manhã.
Um vilarejo situado a 33 km de Diamantina, pertencente ao município de Gouveia, no baixo Rio das Velhas, sendo 9 km de estrada de terra da rodovia, Barão de Guaicui, surge do nada, logo depois de mais uma curva de poeira, trazendo surpresas que só estando lá para conferir. Casas antigas, algumas mais modernas, animais pastando e crianças jogando bola no campinho.
Já na entrada do vilarejo nos deparemos com a antiga estação ferroviária que foi de muita importância em seus tempos ativos no transporte de passageiros e cargas. Hoje com cerca de 60 moradores, mas o Vilarejo já chegou a ter 600 pessoas em outras épocas. Voltaremos a falar da estação quando nos referirmos à Trilha Verde da Maria Fumaça.
Barão de Guaicuí apresenta poucas pousadas e foi em uma delas que ficamos hospedados nos próximos três dias. A pousada de nome "Pousada da Trilha Verde" foi bastante hospitaleira com a Sra Néia que muito nos recebeu com carinho e atenção. Após um reforçado café recheado de delícias que só o mineiro sabe fazer, nos organizamos para nossa primeira atração: O Riacho do Bicho.
O grupo composto de 12 pessoas, os quais todos tinham o mesmo objetivo: caminhar em meio a paisagens inesquecíveis que fariam parte da história de cada um quando tudo terminasse.
Às 8:30 h começamos nosso percurso. O tempo estava quente e o sol já dava indícios que iria castigar.
Bem protegidos com equipamentos necessários, água, celular para fotos e muita disposição para enfrentar 14 km, lá fomos nós. O percurso a princípio bem plano e tranquilo, pela estrada de terra, já mostrava sinalização que estávamos na Trilha Verde da Maria Fumaça.
Depois de quase 3 km, saímos da estrada em direção ao Riacho do Bicho. Neste momento da trilha, passamos a caminhar em meio à vegetação rupestre em campo aberto com vista da Serra do Pasmar. Nosso guia Sr. Wilson, seguia à frente em passo constante mostrando conhecer bem a região. Várias formações rochosas de cor acinzentada também fazia parte deste cenário de pouco verde.
Alguns riachos aparecem no percurso nos ajudando a refrescar e repormos água. Alguns riachos possuem água potável propícia para consumo, outros nem tanto pela presença de animais como bois e cavalos na região.
Depois de 7 km chegamos ao Riacho do Bicho. Composto de um desnível do terreno, ao longo formam quedas e poços transparentes ótimos para banho e relaxamento. Ficamos ali por 2 h aproveitando a beleza e quedas d'águas. Aos poucos fui descobrindo porquê aquele riacho se chama do "bicho", rs. Pequenas criaturas iam surgindo na água, pequenos sanguessugas, peixes, aranhas, sapos, morcegos, pássaros...uma biodiversidade grande por ali.
Segundo dia:
Munidos de equipamento, após o café, lá fomos nós para o segundo dia: Serra do Pasmar, pinturas rupestres, rio Pardo, contornando a serra e finalizando na Trilha Verde da Maria Fumaça. Falando nisso vamos descrever um pouco esta trilha.
Passando pela Estação ferroviária de Barão de Guaicuy nos deparamos com a descrição e percurso da Trilha Verde da Maria Fumaça.
Após desativada e retirados todos os trilhos, tornou-se um projeto de via eco turística de 92 km com trecho de Monjolos a Diamantina pela serra do Espinhaço.
A via passou a ser destinada a caminhantes, ciclistas e cavaleiros, tendo como objetivo principal criar uma rede de preservação da memória do Ramal Ferroviário e ao mesmo tempo, através do esponte, da cultura e do turismo responsável, fomentar novas possibilidades de desenvolvimento social, econômico e ambiental para as comunidades situadas ao seu entorno.
O percurso é marcado por trechos:
Trecho1: Diamantina a Bandeirinha- 16.6 km
Trecho 2: Bandeirinha a Barão de Gauicuí- 10,5 km
Trecho 3: Barão de Guaicuí a Mendes: 17,6 km
Trecho 4: Mendes a Conselheiro Mata: 24,4 km
Trecho 5: Conselheiro Mata a Rodeador: 16,5 km
trecho 6: Rodeador a Monjolos: 14,4 Km
( Fonte: http://vivadiamantina.com.br/atrativos/trilha-verde-da-maria-fumaca/ )
Da parada na estação, seguimos em direção à trilha na Serra do Pasmar. A paisagem que surgia à nossa frente era de extrema beleza em campo aberto de vegetação rupestre e ao fundo a Serra do Pasmar e serra do Leão à direita. A adrenalina de ver aquele cenário era mesmo muito estimulante.
Aos poucos a serra ficava mais próxima e mágica.
Seguimos em meio à Serra do Pasmar, agora em direção ao Rio Pardo. Começamos a descer a serra em direção ao rio. Adentramos em floresta fechada mas não tanto e nos deparamos com o Rio Pardo. Um rio de águas escuras e areias brancas e pedrinhas formando pequenas prainhas muito convidativas ao banho. O rio pardo circulava a serra do Pasmar fazendo junção a vários outros na região.
Não demorou muito e o tempo fechou e uma chuva não prevista começou a cair. Seguimos nosso percurso e outras surpresas iam surgindo.
E meio ao nada, uma escultura de aproximadamente 5 metros de Jesus de braços abertos parecia agradecer pela vida e pela natureza que nos envolvia. Aos poucos fomos chegando à estrada que daria novamente na Trilha Verde da Maria Fumaça, mas agora em outro ponto dela.
Tão logo, chegamos na pousada e mais descanso e "almojanta".
Terceiro dia:
Café da manhã reforçado, equipamentos a postos e já seguimos para nosso terceiro e último dia: Trilha Verde da Maria Fumaça até o primeiro pontilhão.
Seguimos agora pela Trilha Verde no percurso que liga Barão de Guaicuí a Mendes. Mais 14 km de trilha. O percurso é basicamente plano por se tratar do caminho de trilhos do trem e que não mais existe como já bem relatamos.A paisagem entre rochas que visivelmente notadas foram arrancadas à força para que abrissem caminho para os trilhos da antiga ferrovia. Já do outro lado, a paisagem do Rio Pardinho que formava corredeiras e pontos de banho bem convidativos. Durante quase todo percurso ele é visível e apresenta entradas para se chegar às suas margens em meio à vegetação. Símbolos da Trilha Verde são pintados em rochas e pontos que marcam a trilha.
A água estava ótima.
Retornamos à pousada para finalmente partirmos de retorno a Belo horizonte.
Depois de um delicioso almoço, partimos de Barão de Guaicuí.
Apenas mais uma paradinha para fotos e agradecimentos na Igreja Sagrado coração de Jesus, construída em 1836 e muito apreciada na cidade.
Foram três dias bem agradáveis. Muita história, misticismo, mistérios e surpresas que só a natureza pode nos propiciar.
Da Trilha Verde da Maria Fumaça fica a questão: A trilha ainda pouco divulgada, necessita de maior aprecio dos turistas que se importam com a preservação e manutenção do Cerrado. Pessoas ligadas à natureza e ao esporte. Quem sabe adotar um modelo turístico semelhante ao desenvolvido e aplicado na Estrada Real, tornando assim um roteiro cultural, ambiental, histórico e gastronômico que se estende pelos municípios mineiros.
À turma, agradeço pela companhia, pela prosa e sintonia. Espero reencontrá-los em outras trilhas por ai.
A Deus por mais uma vez nos proporcionar saúde e todas as condições para estarmos contemplando as belezas que só ele criou e que nem todos têm a oportunidade de conferir de perto.
Espero que com este relato e paisagens, sintam-se inspirados a se organizarem, planejarem e quem sabe conferir todas estas belezas de perto, pois a vida é uma só!
ATÉ A PRÓXIMA AVENTURA!
Deve ter sido otimo
ResponderExcluirRealmente, me surpreendeu a todo instante. Abraços.
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